Hoje tive sorte.
A história é a seguinte: Eu te conheço faz tempo, mas nunca
fui a tua casa nem tu vieste a minha. Já demos boa gargalhada juntos, mas nunca
te contei os motivos de minhas lágrimas nem tu vieste me contar os teus. Já trocamos idéias, já perdemos tempo, mas
nunca paramos para analisá-los. Apenas o fizemos.
Porém essa semana conheci tua casa e tu a minha. Conheci um
pouco de tuas dores, teus pesares. Essa semana abri as janelas, as portas, e
deixei o sol entrar. Você veio e me fez levantar da cama para te atender, me
fez sorrir e no final me agradeceu como se eu tivesse lhe feito um grande favor
– “que nada, quem te agradece sou eu”, respondi – Você me fez abrir os olhos e
enxergar coisas que eu nunca tinha reparado antes e no final ainda falou como
se eu tivesse lhe ensinado muito, lhe acrescentado muito. Eu notei que algo
mais havia ali.
É que quando você veio aqui em casa veio só por curiosidade,
talvez estivesse ansioso pra saber se ainda havia gente dentro daquela casa
fechada. E quando sentou foi somente pra reparar na forma como eu andava
organizando minha vida e meus costumes. Mas como você mesmo confessou no fim da
tarde: se surpreendeu. Você simplesmente notou que aquele era o meu jeito de
lidar com os incômodos e se eu me levantei pra te atender é por que a falta já
não me fazia tanta falta assim. Então você decidiu preencher minha tarde com
cores fortes, aromas suaves, sorrisos e doces. Você decidiu preencher minha
janela. E desde então vem preenchendo bonito, vêm preenchendo com o misto de
tudo que havia antes e deixando-me mais alegre (...)
Vem deixando a sensação de que o dia vai terminar bem. Uma
leve sensação J