terça-feira, 3 de abril de 2012

|75|


Como a chuva escorre na janela, como o tempo passa quando a gente quer que ele corra, como tantas vezes nossos desejos são atendidos, como é a forma mais encantadora de se criar um sentimento, como os passos de uma formiga, é dessa forma que tudo vai se destrinchar: de--va---gaaar. E enquanto isso? A gente senta na varanda, sente a brisa e aprecia a vista. Talvez você se emocione lembrando de alguma coisa, ou talvez você caia na risada. Pode ser também que você se lembre de algo que o preocupa ou algo que faça você dormir bem. Talvez você levante e procure algum filme novo na gaveta ou na TV, se não encontrar você coloca uma música e nem se preocupa em notar se aquela é sua favorita, ou se ela vai te fazer algum bem. Você vai checar o telefone, a caixa de e-mail e desabar no sofá. Você não estava esperando por ninguém. Você sempre desconfiou que não houvesse nada no e-mail. Mas a esperança é a ultima que morre e pra te livrar desse tédio vale a pena tentar tudo.

Depois...
Como a duração da sua música favorita, como o baque de tudo que um dia você sonhou, como o choque da realidade, como as tardes de tanajura, como a sua infância, como a areia escorre dos seus dedos, é dessa forma que você vai finalmente notar o quanto já perdeu daquilo que julgava o “sempre”:  rápidodemais.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário