domingo, 19 de junho de 2011

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“Não era de verdade aquela felicidade. Pra ser sincero, eu nem sabia o porquê daquela minha atitude. Eu, simplesmente, resolvi dar uma chance a quem ainda não tinha tido, talvez fosse um modo de te fazer sofrer, sofrer do mesmo modo que sofri.
Seriam lagrimas secas, soluços silenciosos, seria um estado de decomposição quase que imperceptível pela obrigação de sua tristeza também ser assim, pois assim eu não a notaria, sua tristeza me passaria despercebida, mas doeria como nenhuma outra dor doeu, eu sei, eu bem te conheço, seria assim, você faria questão que fosse assim.
Assim que a dor te atingiu você titubeou , gemeu, chorou, gritou, era forte a dor. E doeu ainda mais em mim, pois sempre esteve nos meus planos de fazer feliz, mas chegara a hora de me permitir ser feliz, uma felicidade independente da tua, sendo assim abaixei meus olhos, escondi meu olhar para que ele não acalentasse o teu e te presenteei com meu silencio, com minha falsa indiferença. Enquanto meus ouvidos escutavam o som do teu soluço, teus motivos e explicações meu coração palpitava vorazmente, mas minha razão era ainda mais voraz.
Você secou as lagrimas, engoliu o choro e fez aquilo que eu já esperava: sofreu em silencio durante um tempo, tempo que me é desconhecido por nunca mais ter ouvido falar dele, talvez tenha sido por muito tempo, talvez ainda sofra hoje, mas talvez só tenha sofrido por mais alguns dias depois daquele. Não sei, nunca mais soube ”

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